Nada escapa aos nossos governantes, pressões orçamentais oblige. Os cortes tocam a todos e ninguém foge deles. Quer dizer, tocam mais fundo a uns do que a outros.
Quero com isto dizer que, após vários ataques aos bolsos dos contribuintes, estamos agora a assistir ao ataque às bolsas dos universitários. É certo que o ensino superior não está consagrado na escolaridade obrigatória e que, como tal, não está sujeito à expressão “acesso gratuito”. Porém, nem tanto ao mar nem tanto à terra. Há e continuará a haver famílias que não consigam pagar as propinas dos seus filhos. Muitas vezes com valores a rondar os 1.000 Euros por ano, as propinas são incomportáveis para os agregados familiares mais pobres e que depositam nos seus descendentes a esperança de um futuro mais risonho e qualificado.
O que está a acontecer é que há muitos alunos universitários que estão a ficar sem bolsas de estudo, devido aos cortes orçamentais que o Ministério do Ensino Superior é obrigado a levar a cabo. Como existe menos financiamento para instituições universitárias e politécnicos, os bolseiros tranformaram-se no alvo a abater, isto é, na despesa a cortar.
Se estes alunos que recebem bolsa, conseguiram entrar no ensino superior graças às suas classificações, então porque é que são estes os alunos que se estão a ver privados de enriquecer os seus conhecimentos e que, com um bom aproveitamento, podem garantir um local de trabalho condizente com as suas capacidades intelectuais? Tendo em conta a inevatibilidade dos cortes - não vá surgir aí o “diabo” Fundo Monetário Internacional -, será possível manter estes “privilégios”?
Como tudo na vida, podemos usar um escudo que nos proteja o alvo. Por exemplo, na Universidade de Lisboa, está a ser implementado um plano para diminuir os custos energéticos. Ora, com a diminuição de cerca de 10% nos custos energéticos, já é possível financiar bolsas de estudo para os alunos mais carenciados. Tudo isto sem haver dependência do “aparelho” estatal.
Com esta solução todos ficam a ganhar: o Estado, que não precisa de financiar tanto as instituições do ensino superior; os alunos, que podem beneficiar de todo um manancial de conhecimento pelo qual tanto lutaram; e o país, que pode pegar neste pequeno exemplo e pensar que, com pequenos gestos, é possível manter alguns “privilégios de primeira necessidade” em vez os suprir, ficando apenas com os “privilégios superfluos”, ao estilo “a galinha da vizinha é melhor do que a minha”.
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