Os Deolinda apresentaram-se ontem à noite no Festival do Estudante, na FIL, Parque das Nações. Os espectadores encheram o recinto para ver o grupo composto por Ana Bacalhau (vocalista), Luís Martins e Pedro da Silva Martins (guitarras) e José Pedro Leitão (contrabaixo).
É ao som de “Não tenho mais razões” que começa o concerto. Ana Bacalhau, a vocalista, ginga. O contacto com os seus colegas é constante. O vestido comprido da vocalista é um vistoso rosa choque. Ana dialoga constantemente com a plateia. “Contado ninguém acredita” é a música que se segue. A cantora não pára de se mexer. Como que se deixa levar pelos batimentos da melodia.
“Passou por mim e sorriu”, é cantado em uníssono. É uma das baladas do mais recente álbum dos Deolinda, “Dois selos e um carimbo”. Esta música mostra como as emoções podem sobressair dentro da música. Ana Bacalhau mostra um enorme respeito pela música. Coloca a cabeça em baixo na parte instrumental deste tema. No final, o público aplaude vibrantemente. “Sem noção” é a música que se segue.
O primeiro single do último trabalho do grupo é cantado por os Deolinda. “Um contra o outro” comprova o sucesso que este tema tem recolhido junto do mercado. Ana Bacalhau encontra-se em crescendo. Há sintonia entre os movimentos da cantora e as batidas da música. “Mal por mal” marca o regresso ao primeiro álbum do grupo, “Canção ao Lado”. Em uníssono os jovens cantam o refrão da música: “o teu bem faz-me tão mal”. A música homónima do título discográfico de estreia é a música que se segue – “Canção ao lado”. Antes da música “Há dias que não são dias”, Ana Bacalhau faz um convite: “esta música é para dançar com um par”.
O concerto continua festivo. A assistência encontra-se divertida e fervilha de entusiasmo. A vocalista posiciona-se atrás dos guitarristas da banda, Luís Martins e Pedro da Silva Martins. Ana explica o fado aos jovens. Afirma que a música de os Deolinda “não é fado, mas que se baseia nele”. “Canção da tal guitarra” é o primeiro fado da noite. “Quando precisarem de cantar cantigas de amor aos vizinhos, cantem-lhes esta música”: é com esta frase que é introduzida a música “Não sei falar de amor”. O facto de estas músicas não serem tão conhecidas pelo público faz com que a plateia apenas consiga bater palmas no final da música.
O espectáculo já se encontra com uma hora de duração. Ana Bacalhau pega no espectáculo, apresentado o “senhor Toninho”. O primeiro single da carreira de os Deolinda irrompe no Festival do Estudante – “Fado Toninho” toca com todo o entusiasmo. O refrão – “ó meu rapazinho, és tão fraco para mim” – é cantado por todos, muito entusiasticamente. “Se não me seguram dou cabo de vocês todos”: é assim que a vocalista do grupo lança “Ai,rapaz”. O público não pára de bater palmas. Ana Bacalhau aproveita o momento para apontar as culpas, em tom brincalhão, aos rapazes que estavam na plateia. Com “Clandestino”, segundo single de “Canção ao Lado”, assistimos ao regresso às baladas. E vamos agora para os “tormentos com os amigos”. “Quando janto em restaurantes” mostra o diálogo com o outro guitarrista do grupo, Luís Paixão Martins. O refrão “ora vai acima, ora vai abaixo” é cantado de modo muito enérgico. Continuando com “Dois selos e um carimbo”, ouvimos Ana Bacalhau a incitar ao público: “Portugueses, corações ao rubro que o maior mastro do mundo é português. “A problemática colocação do mastro” é a música que se segue.
“Fon fon fon”, um dos grandes êxitos do primeiro álbum do grupo, leva o público ao delírio. O momento é aproveitado para agradecer ao público e apresentar os elementos do grupo. O pé de Luís Martins marca as batidas, às quais os espectadores respondem incessantemente. A dança é frenética e os braços não param queitos. Porém, o concerto não acaba aqui.
É com um encore duplo que o concerto acaba. Primeiro, Ana Bacalhau afirma que “até está parva” com a assistência. “Parva que sou” tem sucesso garantido e faz com que muitos dos presentes levantem os telemóveis e as máquinas fotográficas. É um momento para recordar, nem que seja “à rasca”. O concerto acaba com um dos “hinos” de os Deolinda – “Movimento Perpétuo Associativo”.
Um concerto bastante agradável. É assim que se pode resumir a actuação do grupo no Festival do Estudante. Ana Bacalhau mostrou porque a sua voz e o seu corpo se transformam nos concertos, ao revelar muita versatilidade. Os restantes elementos souberam acompanhá-la, com mestria.
Alinhamento:
- Não tenho mais razões;
- Contado ninguém acredita;
- Passou por mim e sorriu;
- Um contra o outro;
- Mal por mal;
- Canção ao lado;
- Há dias que não são dias;
- Canção da tal guitarra;
- Não sei falar de amor;
- Fado Toninho;
- Ai, rapaz;
- Clandestino;
- Quando janto em restaurantes;
- A problemática colocação do mastro;
- Fon fon fon
Encore:
- Parva que sou;
- Movimento perpétuo associativo
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