O Rally de Portugal é uma das melhores provas do mundo, segundo os especialistas. Esta distinção é justificada não só pela qualidade dos troços, como também pela elevada segurança proporcionada pela organização do Automóvel Clube de Portugal, que todos os anos esforça-se por corresponder aos padrões de segurança determinados pela Federação Internacional do Automóvel (FIA).
Carlos Silva, um dos mais conhecidos navegadores do automobilismo português - é co-piloto de Rui Sousa no campeonato de Portugal de todo o terreno há cerca de 17 anos -, é um dos elementos da equipa de segurança do Rally de Portugal e conta-nos como é desempenhado o trabalho junto do director da prova:
Olhar Desconcertante: Como é que surgiu o convite para colaborar com a organização da prova?
Carlos Silva: Este convite surgiu pela primeira vez no ano passado, através do Amigo Pedro Abecasis, da ELF, que faz este trabalho para a organização do Rali de Portugal há vários anos. Foi para mim uma satisfação muito grande poder aceitar esta oportunidade de viver uma prova desta envergadura por dentro e poder colaborar num evento que possivelmente foi o embrião da minha ligação ao desporto automóvel há muitos anos.
OD: Qual é o teu papel na prova?
CS: A função que desempenhamos consiste na passagem pelas especiais de clasificação e ligações uma hora antes do primeiro concorrente, de forma a conferir tudo o que se relaciona com o público. Estradas desimpedidas, possíveis engarrafamentos de trânsito, e dentro das especiais se o público está instalado nos locais determinados e em segurança e se todos os meios de segurança estão nos locais assinalados no road book, de forma a que no quartel general da prova tenham a confirmação de que tudo vai decorrer na perfeição. Digamos que somos os “olhos” do director de prova, que está no secretariado.
OD: Se sentes que o público é mais bem comportado agora do que na década de 80, por exemplo?
CS: Não tem nada a ver… nos anos 80 e mesmo nos anos 90, os espectadores tomavam posição nas classificativas a seu belo prazer, e em qualquer ponto da especial, muitas vezes em locais muitíssimo perigosos, e por todo o traçado da especial. Hoje não. O público tem zonas perfeitamente delimitadas por mangas plásticas, e nós, safety (equipa de segurança), temos instruções para retirar dos outros locais todas as pessoas que não cumpram as ordens, incluindo os fotógrafos, que como sabemos são um público alvo de grande risco.
OD: Achas que, de acordo com os novos regulamentos da FIA - sobre a quilometragem das provas -, é possível termos o Rally de Portugal com troços em Sintra, sem perder os troços do Algarve?
CS: Na actualidade acho difícil, até porque os ralis de hoje têm tipos de piso determinados. Assim com as especiais do Algarve em terra dificilmente temos os troços de Sintra que são de asfalto. Por outro lado as novas regras exigem provas compactas com o regresso sempre ao mesmo parque de assistência, o que inviabiliza essa opção. Pode acontecer é uma Super-Especial na Serra de Sintra, como foi feito este ano em Lisboa. Isso sim podia ser possível, fazer os concorrentes passarem uma vez pelo troço da Lagoa Azul, que é de baixa quilometragem.
OD: De que melhorias é que o Rally de Portugal precisa?
CS: Pelo que tenho visto, e tive oportunidade de viver por dentro da organização nos dois últimos anos, acho que o Rali de Portugal é uma das melhores, senão a melhor prova do campeonato do mundo, e pouco tem a melhorar. Está muito perto da perfeição, é importantissimo como evento para o País, e apenas registo que devia alternar com um figurino semelhante a norte do País; um ano no Algarve e ano no Norte, onde existe uma tradição muito grande pelos ralis.

Carlos Silva à esquerda de Pedro Abecassis (fotografia gentilmente cedida por Carlos Silva)
Carlos Silva, um dos mais conhecidos navegadores do automobilismo português - é co-piloto de Rui Sousa no campeonato de Portugal de todo o terreno há cerca de 17 anos -, é um dos elementos da equipa de segurança do Rally de Portugal e conta-nos como é desempenhado o trabalho junto do director da prova:
Olhar Desconcertante: Como é que surgiu o convite para colaborar com a organização da prova?
Carlos Silva: Este convite surgiu pela primeira vez no ano passado, através do Amigo Pedro Abecasis, da ELF, que faz este trabalho para a organização do Rali de Portugal há vários anos. Foi para mim uma satisfação muito grande poder aceitar esta oportunidade de viver uma prova desta envergadura por dentro e poder colaborar num evento que possivelmente foi o embrião da minha ligação ao desporto automóvel há muitos anos.
OD: Qual é o teu papel na prova?
CS: A função que desempenhamos consiste na passagem pelas especiais de clasificação e ligações uma hora antes do primeiro concorrente, de forma a conferir tudo o que se relaciona com o público. Estradas desimpedidas, possíveis engarrafamentos de trânsito, e dentro das especiais se o público está instalado nos locais determinados e em segurança e se todos os meios de segurança estão nos locais assinalados no road book, de forma a que no quartel general da prova tenham a confirmação de que tudo vai decorrer na perfeição. Digamos que somos os “olhos” do director de prova, que está no secretariado.
OD: Se sentes que o público é mais bem comportado agora do que na década de 80, por exemplo?
CS: Não tem nada a ver… nos anos 80 e mesmo nos anos 90, os espectadores tomavam posição nas classificativas a seu belo prazer, e em qualquer ponto da especial, muitas vezes em locais muitíssimo perigosos, e por todo o traçado da especial. Hoje não. O público tem zonas perfeitamente delimitadas por mangas plásticas, e nós, safety (equipa de segurança), temos instruções para retirar dos outros locais todas as pessoas que não cumpram as ordens, incluindo os fotógrafos, que como sabemos são um público alvo de grande risco.
OD: Achas que, de acordo com os novos regulamentos da FIA - sobre a quilometragem das provas -, é possível termos o Rally de Portugal com troços em Sintra, sem perder os troços do Algarve?
CS: Na actualidade acho difícil, até porque os ralis de hoje têm tipos de piso determinados. Assim com as especiais do Algarve em terra dificilmente temos os troços de Sintra que são de asfalto. Por outro lado as novas regras exigem provas compactas com o regresso sempre ao mesmo parque de assistência, o que inviabiliza essa opção. Pode acontecer é uma Super-Especial na Serra de Sintra, como foi feito este ano em Lisboa. Isso sim podia ser possível, fazer os concorrentes passarem uma vez pelo troço da Lagoa Azul, que é de baixa quilometragem.
OD: De que melhorias é que o Rally de Portugal precisa?
CS: Pelo que tenho visto, e tive oportunidade de viver por dentro da organização nos dois últimos anos, acho que o Rali de Portugal é uma das melhores, senão a melhor prova do campeonato do mundo, e pouco tem a melhorar. Está muito perto da perfeição, é importantissimo como evento para o País, e apenas registo que devia alternar com um figurino semelhante a norte do País; um ano no Algarve e ano no Norte, onde existe uma tradição muito grande pelos ralis.
Carlos Silva à esquerda de Pedro Abecassis (fotografia gentilmente cedida por Carlos Silva)
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