domingo, 27 de fevereiro de 2011

Combater o estigma - visita guiada ao bairro da Mouraria

Hoje foi um dia em grande. Estive a colaborar numa reportagem para o E2 - programa emitido na RTP2 todas as terças-feiras à noite - sobre a Associação Renovar a Mouraria, criada há três anos.
Esta associação organiza visitas guiadas ao bairro da Mouraria duas vezes por mês. Mas a visita de hoje teve um carácter especial. Marcou a abertura da nova sede da associação, que, apesar de não estar actualmente nas melhores condições, vai sofrer obras de recuperação levadas a cabo pelos próprios voluntários e colaboradores da associação. Mas este foi só um dos principais destaques da visita guiada a este bairro histórico da cidade de Lisboa.
Para além da variedade de culturas, destaco a visita a uma mesquita (onde fomos muito bem recebidos e onde pudemos constatar a forte organização aí existente); a visita a uma igreja (onde a senhora foi extremamente simpática e amistosa connosco); as janelas dos prédios em mau estado tapadas usando fotografias de uma senhora vinda da Áustria e que apresentam visões da Mouraria; um edifício histórico que está decorado com azulejos e que tem andares de serviços e andares de habitação; e ainda passámos na zona onde nasceu a Severa, que dá nome ao Fado da Severa.
Tudo isto permitiu mostrar que, afinal, o bairro da Mouraria não é assim tão perigoso e que é um local cheio de património, que se encontra bastante danificado, e que a Associação Renovar a Mouraria se propõe a reabilitar com o apoio dos seus voluntários e da autarquia.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Crónica: Ataque às bolsas e escudo

Nada escapa aos nossos governantes, pressões orçamentais oblige. Os cortes tocam a todos e ninguém foge deles. Quer dizer, tocam mais fundo a uns do que a outros.
Quero com isto dizer que, após vários ataques aos bolsos dos contribuintes, estamos agora a assistir ao ataque às bolsas dos universitários. É certo que o ensino superior não está consagrado na escolaridade obrigatória e que, como tal, não está sujeito à expressão “acesso gratuito”. Porém, nem tanto ao mar nem tanto à terra. Há e continuará a haver famílias que não consigam pagar as propinas dos seus filhos. Muitas vezes com valores a rondar os 1.000 Euros por ano, as propinas são incomportáveis para os agregados familiares mais pobres e que depositam nos seus descendentes a esperança de um futuro mais risonho e qualificado.
O que está a acontecer é que há muitos alunos universitários que estão a ficar sem bolsas de estudo, devido aos cortes orçamentais que o Ministério do Ensino Superior é obrigado a levar a cabo. Como existe menos financiamento para instituições universitárias e politécnicos, os bolseiros tranformaram-se no alvo a abater, isto é, na despesa a cortar.
Se estes alunos que recebem bolsa, conseguiram entrar no ensino superior graças às suas classificações, então porque é que são estes os alunos que se estão a ver privados de enriquecer os seus conhecimentos e que, com um bom aproveitamento, podem garantir um local de trabalho condizente com as suas capacidades intelectuais? Tendo em conta a inevatibilidade dos cortes - não vá surgir aí o “diabo” Fundo Monetário Internacional -, será possível manter estes “privilégios”?
Como tudo na vida, podemos usar um escudo que nos proteja o alvo. Por exemplo, na Universidade de Lisboa, está a ser implementado um plano para diminuir os custos energéticos. Ora, com a diminuição de cerca de 10% nos custos energéticos, já é possível financiar bolsas de estudo para os alunos mais carenciados. Tudo isto sem haver dependência do “aparelho” estatal.
Com esta solução todos ficam a ganhar: o Estado, que não precisa de financiar tanto as instituições do ensino superior; os alunos, que podem beneficiar de todo um manancial de conhecimento pelo qual tanto lutaram; e o país, que pode pegar neste pequeno exemplo e pensar que, com pequenos gestos, é possível manter alguns “privilégios de primeira necessidade” em vez os suprir, ficando apenas com os “privilégios superfluos”, ao estilo “a galinha da vizinha é melhor do que a minha”.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

E voltaram a alegar que a culpa é do sistema - ainda sobre o dia 23/01/2011

Uns anos depois de um certo presidente de um dos maiores clubes de futebol ter dito que uma derrota num jogo do seu clube deveu-se ao sistema (de arbitragem), Portugal volta a assistir a algo semelhante.

Durante a Comissão de Assuntos Constitucionais (que inclui o exemplo de cidadania de Ricardo Rodrigues...), o Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, afirmou que os problemas que se sucederam nas últimas eleições são da exclusiva responsabilidade do Minstério da Adminstração Interna.

Ora, o Ministro da Presidência diz, em bruto, que a culpa foi "do sistema". Mas há mais factos interessantes: segundo consta, em 2008, foi aprovado um projecto para eliminar um cartão de leitor. E hoje também soube-se que há uma diferença entre os resultados oficiais e os resultados que constam das actas de todas as mesas de voto, na ordem de 70 mil eleitores.
Somando estes factores com o facto de, segundo os dados recolhidos por alguns órgãos de comunicação social, cerca de 700 mil eleitores não ter conseguido votar no último acto eleitoral, talvez estejamos a assistir ao desnorte do Governo de Sócrates...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Presença da Margarida Vaqueiro Lopes

Hoje foi um dia especial. Estivemos com um ex-aluna da ESCS e que, actualmente, está na redacção online do Diário Económico. 
Na conversa que tivemos com a Margarida, perguntamos-lhe sobre as suas experiências internacionais - estágio de seis meses n'O Estado de São Paulo mais um semestre de Erasmus em Bruxelas - as diferenças entre o jornalismo português e o jornalismo brasileiro, este último é muito mais respeitado, sobretudo pelos políticos. Também falámos sobre a importância das fontes e dos contactos, para além da necessidade de cada um de nós, estudantes de jornalismo, termos de ser empreendedores todos os dias e de procurarmos as nossas histórias.

Nos 90 minutos em que falámos com a actual editora online do Diário Económico, muitas ilusões foram desfeitas. A conversa foi franca e até houve lugar para as questões do foro pessoal. Ser jornalista envolve não ter horários estabelecidos e ser chamado à hora que for necessária para reportar um acontecimento. É a revelação de quem são os nossos melhores amigos, da sua compreensão e do entendimento de que o jornalismo é o bichinho curioso que não sai de nós e que temos se seguir as ordens dele.

Eu gostei muito deste momento e quero mais momentos destes, até porque é com os verdadeiros profissionais do jornalismo, que vamos crescendo todos os dias.

Ligação para o podcast da Margarida Vaqueiro Lopes: http://margaridavlopes.tumblr.com/

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Portugal a duas velocidades

Como faço todos os domingos à noite, estive a ouvir os comentários do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.

Já no final, o Prof. começou a falar sobre o estado em que Portugal se encontra em termos demográficos. Para ele, existe, em terras lusitanas, um país para os jovens que, como têm mais instrução e maior informação, têm acesso a informações sobre o que passa noutros países e que, por isso, defendem um conjunto de medidas para melhorar os nossos padrões de vida. No entanto, para o comentador, também existe um país, cada vez maior, ocupado pelos mais velhos, em geral, com baixas qualificações, e que lêem cada vez menos - até por causa do preço dos jornais e das revistas -, e que apenas vêem televisão.

Para mim, o Professor Marcelo tem bastante razão. Verifica-se um forte conformismo nas pessoas mais idosas, o que não é estranho, certamente. Como tal, é preciso qué nós, jovens, sejamos parte da mudança. Mas, para isso, não temos apenas de dar vivas a certas músicas - não vou referir o que estão a pensar, porque já sei sobre a música "Parva" desde há duas semanas. Também temos de nos mostrar lutando pelos nossos direitos - não estou a falar sobre greves -, mas sim manifestarmo-nos contra um Estado que nos paralisa e que tarda em tomar as decisões que são essenciais para o desenvolvimento do nosso país.

Por último, e, parecendo que não, convém votar nos actos eleitorais. A abstenção não é resposta...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Uma nova experiência

De facto, há vários anos que oiço falar de blogues e das suas vastas utilidades. Contudo, só hoje é que entrei na blogosfera.
Resta saber se isto será uma experiência que levará a uma realidade duradoura, ou, como escrevi no início, apenas uma experiência proveitosa e enriquecedora.
Sejam bem-vindos, :)